PERNOITA DE WELLINGTON

31 de Julho / 21h30 / 2022

Convento do Bussaco

Encontramo-nos a meros dias da batalha que se viria a denominar como “A batalha do Bussaco”. O general Arthur Wellesley – ou Wellington – recebe notícia de que o marechal francês Massena tem a pretensão de chegar a Coimbra atravessando o Bussaco. De imediato, o general das tropas anglo-lusas faz enviar um pedido de requisição do espaço do Convento do Bussaco, com o intuito de lá pernoitar antes do conflito que se mostra eminente. 
Chegado ao Convento, o general das tropas anglo-lusas vê-se eticamente confrontado com as suas práticas e abordagens no que diz respeito à sua estratégia de defesa contra as Invasões Francesas.

Evento Município da Mealhada

Criação Caixa de Palco

Produção NOC Teatro

Ficha Técnica e Artística:

Direção Artística Marta Pires

Dramaturgia e Encenação João Tarrafa

Produção Filipa Almeida

Assistência de Produção Joana Sarabando

Elenco Gustavo Caldeira e Nelson Luís

Participação Especial Alcides Rego, Eduardo Mota, Francisco Robalo, Gil Ferreira, Manuel Filipe, Pedro Semedo, Tiago Lopes (voz-off), Vivaldo Soares

Recreadores Históricos António Ramos

Cavalos Sela & Bridão – Nuno Mesquita

Trompetista Joana d’Almeida

Sonoplastia João Tarrafa

Composição musical Joana d’Almeida e João Tarrafa

Fotografia de Design e de Cena Ana Pedro Coleta

Plano de Comunicação, Divulgação e Design Gráfico Ana Pedro Coleta e Tiago Pereira

Design e Operação de luz Dino da Costa

Equipa técnica: Força da Música – Sérgio Leão, José Mota | Operação de som: Daniel Neves

Figurinos O Capote

Cedência de adereços Fundação Mata do Bussaco

Apoio aos Figurinos e Adereços Jimmy Cunha

Maquilhagem e Cabelos Viviana Dallot

Entidades Participantes Aguarela de Memórias; Oficina de Teatro do Cértima; GREHC; Jovens Cristãos do Luso

Frente Sala Marta Pires, Joana Sarabando, Filipa Almeida, Maria Figueiredo, Elisabete Sousa e Ana Soares

Apoios Prestados Fundação Mata do Bussaco; Câmara Municipal de Penacova; Jovens Cristãos do Luso

Bibliografia

“O Portugal da Guerra Peninsular | A visão dos militares britânicos (1808 – 1812)” – Gabriela Gândara Terenas 
“O exercito português e as comemorações dos 200 anos da Guerra Peninsular – III Volume” 
“A batalha do Buçaco” – José Matos Duque 
“A Batalha do Bussaco – A derrota fatal dos Marechais de Napoleão Bonaparte” – José Pires 
“Diário de Frei José de S. Silvestre”

Convento de Santa Cruz.
Convento do Bussaco.
Convento do Buçaco.
Convento de Santa Cruz do Buçaco.
Convento de Santa Cruz do Bussaco.

É neste éden dos Carmelitas Descalços que Lord Wellington (Arthur Wellesley) decide montar quartel-general nos dias que antecederam a lendária Batalha do Bussaco. Para os que não sabem ainda, Wellington foi o comandante-em-chefe do exército anglo-luso, que uniu esforços em Portugal no início do séc. XIX para combater os exércitos invasores de Napoleão Bonaparte. 

O comandante britânico escolheu o Convento para se acomodar, particularmente por este se situar num local estratégico onde era possível observar e controlar as tropas do marechal André Masséna, que tinha planos de atravessar a serra do Bussaco com o objetivo chegar a Coimbra, aquando da terceira Invasão Francesa. 

Um espaço com vários nomes e grafias possíveis, que já causou confusões várias nas cabeças da equipa de criadores da Caixa de Palco, antes de estarmos completamente familiarizados com este maravilhoso lugar. 
Para que não existam equívocos, o nome adequado a chamar-lhe talvez seja Convento de Santa Cruz do Bussaco, deixando-nos ainda assim na ambiguidade de qual a grafia correta a utilizar-se, se Bussaco ou Buçaco

Enfim, sem mais delongas: construido entre 1628 e 1630, o Convento de Santa Cruz do Bussaco serviu, durante pelo menos dois séculos, como um verdadeiro paraíso para os frades da Ordem dos Carmelitas Descalços, que nas matas do Bussaco o decidiram edificar por ser uma zona recôndita onde se poderiam dedicar solenemente à sua religião, oferecendo o seu tempo e respeito à contemplação e adoração pela natureza, ao invés da veneração pelos valores materiais. 

Foi, como já se disse, neste Convento que pernoitaram cinquenta dos oficiais de Wellington, para além do próprio, e alega-se que esta junção de militares com religiosos não foi muito apreciada pelos frades que lá habitavam. É fácil imaginarmos que isso seja verdade, se considerarmos a perspetiva dos frades. o Clero e a Nobreza tinham formas extremamente diferentes de viver tendo em conta os diferentes ofícios e funções que cada parte exercia. 
Esta pernoita de Wellington não deverá ter sido, pelo que é dado a entender, um acontecimento tão tranquilo como se poderia pensar. Parece que a Guerra é uma força tão omnipresente que nem vivendo num sítio paradisíaco e oculto nos encontramos seguros dela: um dia, ela poderá bater-nos à porta, e não haverá forma de a mandarmos voltar por onde veio. 

Houve um pequeno acontecimento paralelo que achámos por bem não deixar escapar: é dito que Lord Wellington, chegando ao espaço, deixou o seu cavalo amarrado na árvore que se encontra muito perto da entrada do Convento. Os nossos antepassados e contemporâneos apreciaram esse gesto como um marco tão simbólico que a própria árvore ainda lá existe, agora situada mesmo no meio da estrada, sobrevivendo a todas as adversidades de natureza arquitetónica.